segunda-feira, 15 de abril de 2013

Para todo pecado existe um perdão?

Se o pecado é gerado em primeiro lugar pela ignorância e pelos erros que cometemos diariamente contra nós mesmos, contra nossos semelhantes ou contra Deus, como atingimos o perdão?

Bem, antes de qualquer coisa, essencial é que haja honesto arrependimento por parte do que cometeu a ofensa, o pecador. Sem esse desejo sincero nada vale, nem mesmo o perdão que o ofendido eventualmente queira oferecer. O arrependimento é um grande pedido de desculpas e quando é verdadeiro, do fundo do coração, limpa a alma e ajuda a ensinar não apenas o arrependido, mas dá exemplo de retidão para todas as outras pessoas, que podem segui-lo em momento oportuno.

O segundo passo, e o mais importante, é que o pecador procure saber como corrigir o erro cometido contra o seu próximo. Entendamos bem, o arrependimento é necessário, mas a correção do erro é fundamental e, sem esse segundo passo, nenhum arrependimento tem efetividade real, perdendo seu valor e seu brilho inicial.

Tomemos como exemplo um ladrão que se arrepende de haver roubado. Se ele se arrepende de ter subtraído algo de uma pessoa e não devolve o bem furtado ou roubado, ficando a coisa consigo, de que adianta o arrependimento? Não é uma medida hipócrita afirmar que se arrependeu? Não é como ser uma figueira cheia de folhas, que aos olhos das pessoas desavisadas é vistosa, mas que não produz nenhum fruto que se aproveite?

O Evangelho nos traz esta parábola (Mateus 21 e Marcos 11) para demonstrar exatamente o exemplo daqueles que se dizem virtuosos e tentam aparecer como tais para as pessoas, mas que, uma vez expostos ao crivo da verdade, nada têm a oferecer. É como o exemplo de nosso ladrão que, aos quatro ventos, afirma ter se arrependido do roubo que cometeu, mas que não devolve o que roubou, deixando a pessoa roubada no prejuízo.

Mas aí temos um problema! Se houver como se arrepender, declarar o arrependimento e ainda sanar o erro está tudo certo; no entanto, há eventos que não se podem ser sanados...

Peguemos o exemplo de um marido que bate em sua esposa. O pecado tem uma dupla face: em primeiro lugar ele é contra outra pessoa - e o pior, contra alguém que ama o pecador - e, em segundo, é contra um ser humano, uma criatura feita por Deus... se o arrependimento junto à mudança de atitude pode sanar o erro contra a esposa, como sanar o erro contra Deus?

Em muitos casos como os de assassinato, por exemplo, o perdão divino pode ser esperado apenas diante de Si, mas no caso do marido agressor, tanto maior a importância do arrependimento honesto e da mudança radical de atitude, para que tal perdão seja dado.

Importante é sempre lembrar a passagem em que Jesus é posto a julgar os atos de uma mulher adúltera e, depois de dispersar a multidão enfurecida, o Salvador a manda embora e diz: "Ide e não peques mais" (João, 8:11), ou seja, sabendo do erro cometido, não o cometa novamente; tendo tomado consciência dos teus atos e do mal causado a si mesma e a outra pessoa, arrependa-se e não volta a cometê-los outra vez.

Fiquemos na paz em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo +

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