terça-feira, 30 de abril de 2013

Orar pela paz; Agir pela paz




Nos últimos tempos nossas mentes têm sido bombardeadas todos os dias por notícias e mais notícias que nos contam de assassinatos, sequestros, chacinas e tantas outras barbaridades que nos coloca par a par com países que vivem guerras... só que aqui temos um diferencial: em tese, o Brasil não está em guerra com ninguém! Logo, qual é o grande problema da sociedade brasileira?!

Todas as vezes que acontece algum tipo de violência que comove a imprensa, e por efeito dominó uma grande gama da sociedade em todos os seus segmentos, é comum vermos passeatas de várias pessoas, entidades, líderes políticos e religiosos clamando por paz. O ato é bonito e merece aplausos, mas... a quem se dirigem estas manifestações? Aos legisladores que fazem as leis; aos fabricantes e vendedores de armas de fogo; aos bandidos?

Os religiosos sempre pedem, acertadamente, para que oremos pela paz. Orar por uma sociedade pacífica, mesmo que silenciosamente, representa que está sendo traçado um contrato entre o que ora - fiel - e o que recebe a oração - Deus - que se resume nas seguintes cláusulas: 1. Senhor, eu me comprometo a não agir de maneira violenta com o próximo e; 2. Senhor, peço para ser capaz de ser tolerante ante as coisas que não me dizem respeito. Sem estas duas cláusulas, nossas orações serão, todas elas, inócuas.

A grande questão é que somos levados a acreditar que a oração, por si só, tem um poder mágico de nos livrar de uma sociedade violenta... triste engano! Qualquer contrato assinado, seja com quem for, demanda atitudes, posicionamentos, comportamentos que validem este contrato. Se assinamos um contrato de compra e venda, nossa obrigação é pagar pelo que compramos ou entregarmos o que vendemos; se assinamos um contrato de prestação de serviço, devemos nos esforçar para que nosso trabalho seja o melhor possível e satisfaça as necessidades de quem nos contratou; se assinamos um contrato conjugal, temos responsabilidades para com nosso par... e assim por diante. Por que com a oração seria diferente?

Desta maneira, além da oração, devemos nos por à disposição para sermos, nós mesmos - sem esperarmos por mais ninguém - agentes fecundadores e cultivadores da paz no meio social que nos assiste. O que isso quer dizer? Quer dizer que se ficarmos esperando sempre que "o outro" (o legislador, o empresário, o bandido, meu vizinho, a TV...) se mova para que a paz seja uma realidade, nada mudará.  É como assinar um contrato e fazer com que os outros arrumem meios para cumprir suas cláusulas.

Se o programa de TV é violento, troque o canal; se o jogo eletrônico é violento, compre outro; se o brinquedo não transmite uma mensagem construtiva, presenteie com outra coisa; se o diálogo envereda para uma discussão acalorada e sem sentido, troque de assunto; se a mensagem é de intolerância, não lhe dê crédito; se o comentário carrega consigo um insulto, não revide com outro insulto, mas com a indiferença... aja de maneira a não propagar a violência, mas que construa uma cultura pacífica, porém jamais passiva.

Aliás, já notou que a passividade, via de regra, é uma grande inimiga do pacifismo? Isso porque a atitude passiva é justamente aquela que transfere a responsabilidade de mudança da realidade para o outro, para o próximo... (para Deus, o vizinho, o Estado, a polícia...).



Fiquemos na paz de Deus Pai, Filho e Espírito Santo +

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