segunda-feira, 29 de abril de 2013

A Igreja Ortodoxa Autocéfala da Polônia

Sua Beatitude, Arcebispo SAWAS
Metropolita de Varsóvia e de toda Polônia


Quando a Polônia foi restaurada como país independente, no começo da I Guerra Mundial, cerca de quatro milhões de cristãos ortodoxos ficaram incluídos dentro de seus novos limites. A maioria deles estava sob a jurisdição do Patriarcado de Moscou e eram as etnias bielorrussas e ucranianas.

Pouco depois de sua independência, o governo polonês começou a promover a ideia de instituir uma igreja autocéfala, independente de Moscou. Esta posição seria apoiada pelo primeiro Metropolita de Varsóvia George Yoroshevsky, que havia sido recentemente nomeado por Moscou e concedeu certo grau de autonomia aos ortodoxos da Polônia, até que no ano de 1923, foi assassinado por um monge ortodoxo russo que não concordava com seu ponto de vista.

O governo polonês fez chegar, então, a questão ao Patriarcado de Constantinopla que depois de demoradas considerações publicou um documento outorgando o status de Autocefalía à Igreja Ortodoxa da Polônia, em 13 de novembro de 1924. Em 1927, Constantinopla também outorgou ao Metropolita de Varsóvia, o título de “Beatitude.”

O Patriarcado de Moscou considerou esta ação como uma interferência em seus assuntos internos e se recusou a reconhecer o status de Autocefalía dado à Igreja da Polônia.

Durante o período compreendido entre as duas Guerra Mundiais, houve certas tensões internas na Igreja da Polônia pois todos os seus bispos eram russos e 70% de seus fiéis ucranianos. Os bispos russos rejeitaram as nomeações de novos bispos ucranianos e do uso de sua língua nas liturgias, adotando ainda algumas medidas destinadas a satisfazer muitas daquelas aspirações. Durante este período havia cinco dioceses, dois seminários (em Vilnius e em Krzemieniec) com cerca de quinhentos estudantes, uma Faculdade Ortodoxa de Teologia em Varsóvia com cerca de cento e cinquenta estudantes, 1.624 paróquias e dezesseis Mosteiros.

Durante os anos 30 produziram-se desafortunados incidentes entre as Igrejas Católico-romana e Ortodoxa da Polônia. O Metropolita Dionísios de Varsóvia, protestou formalmente pelos incidentes anti-ortodoxos, sustentando que muitos de seus sacerdotes foram forçados a rezar em polonês, que muitas de suas igrejas haviam sido forçadas a fechar e que outras tantas haviam sido destruídas. Alem de tudo isso, denunciou que se estava exercendo pressão sobre os fieis ortodoxos para que se convertessem ao catolicismo. O próprio Metropolita católico-ucraníno, mons. Sheptytsky, corroborou aquelas acusações e somou sua voz àquela dos ortodoxos. Este fato ficou plasmado em uma carta pastoral dirigida a seus fieis.

Quando o Leste da Polônia foi anexado à União Soviética em 1939, a maioria dos ortodoxos poloneses foram reintegrados ao Patriarcado de Moscou, de modo que a Igreja Ortodoxa da Polônia se viu reduzida significativamente em tamanho.

Em 1948, quando os comunistas tomaram o governo da Polônia, o metropolita de Varsóvia foi deposto por causa de sua oposição ao novo regime. Neste mesmo ano o Patriarcado de Moscou declarou que a declaração de Autocefalía outorgada pelo Patriarcado de Constantinopla era nula e inválida. Como resposta, o Santo Sínodo da Igreja da Polônia decretou sua própria Autocefalía. Não obstante, a título de Metropolita de Varsóvia ficaria vacante até 1951 quando os bispos poloneses requereram ao Patriarca de Moscou a nomeação de um novo Metropolita. Foi nomeado então para o cargo o arcebispo MAKARY OKSANIUK de Lviv, Ucrânia, que havia presidido a dissolução da Igreja Católico-ucraína em 1946 e 1947. Desde aquele tempo, a Igreja Ortodoxa da Polônia, continua tendo uma estreita relação com o Patriarcado de Moscou.

A Igreja da Polônia tem em sua jurisdição três pequenos mosteiros ortodoxos, situados em Jableczma, Suprasl (próximo de Bialystock) e em Monte Grabarka. O primeiro deles se converteu em um centro de disputas entre católicos-romanos e ortodoxos na Polônia. Fundado no final do século XV, o mosteiro já havia sido católico-latino, ortodoxo e greco-católico. Em 1944, parte do complexo foi entregue aos ortodoxos como mosteiro, e em setembro de 1993, o conselho Polonês de Ministros decidiu pela total posse do edifício à Igreja Ortodoxa.

A transferência de propriedade foi causa de protestos das igrejas latina e greco-católica. Finalmente, em 1996, o governo polonês reafirmou sua decisão de doar a totalidade do complexo à Igreja Ortodoxa da Polônia.

Nos anos mais recentes a Igreja Ortodoxa da Polônia começou a assumir feições polonesas, assumindo a cultura e o idioma local, passando a usar o vernáculo nas liturgias. A Igreja da Polônia possui quatro publicações (jornais/periódicos) e está cada vez mais engajada nos trabalhos sociais e filantrópicos.

Conta atualmente com seis dioceses, e quatrocentos e dez templos com duzentas e cinquenta paróquias que são atendidas por duzentos e cinquenta e nove sacerdotes e diáconos. O Seminário Ortodoxo em Varsóvia tem oitenta estudantes e existe uma Faculdade de Teologia na Academia Teológica Cristã na mesma cidade, com trinta e cinco estudantes universitários.

Fonte: http://www.ecclesia.com.br/igreja_ortodoxa/polonia.html

Fiquemos na paz de Deus Pai, Filho e Espírito Santo +

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