quinta-feira, 11 de julho de 2013

O Jejum Ortodoxo


Exceto quando estamos em períodos onde há dispensa (ver abaixo), todos os cristãos Ortodoxos devem manter o jejum estrito todas as QUARTAS e SEXTAS-FEIRAS. Nesses dias deve-se evitar o consumo dos seguintes alimentos:

- Carnes, incluindo aves, e produtos derivados, como toucinho e caldo de carne.

- Peixes com espinha – mariscos e frutos do mar são permitidos.
Ovos e laticínios

- Azeite de oliva

- Vinho e bebidas alcoólicas. Na tradição eslava, permite-se o consumo de cerveja.

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DISPENSAS:
Permite-se o consumo de vinho, peixe e azeite nas festas da Anunciação e no Domingo de Ramos, bem como nas festas dos principais santos e do padroeiro da paróquia que o fiel frequenta.

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Jejum dos Santos Apóstolos

Tem duração variável a cada ano. Vai da segunda-feira após o "Domingo de todos os Santos" até o dia 28 de Junho, véspera da Véspera de da festa de São Pedro e São Paulo.

• Segunda, Quarta e Sexta-feira: JEJUM ESTRITO.

• Terças e quintas-feiras: PERMITE-SE O CONSUMO DE VINHO E AZEITE.

• Sábado e Domingo: PERMITE-SE O CONSUMO DE VINHO, AZEITE E PEIXES.

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Jejum da Dormição da Theotokos: 01 a 14 de Agosto.

- Segunda a sexta-feira: JEJUM ESTRITO

- Sábado e domingo: permite-se o consumo de vinho e azeite.

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ADVENTO
Período de preparação para a Festa da Natividade de Nosso Senhor. Vai de 15 de novembro até 24 de dezembro (Véspera de Natal).

Divide-se em dois períodos:

1) Primeiro período (15/11 a 19/12)

- Segunda, quarta e sexta-feira: jejum estrito.

- Terça, quinta, sábado e domingo: permite-se o consumo de vinho, azeite e peixe.

2) Segundo período (20/12 a 24/12)

- Segunda a sexta-feira: jejum estrito.

Sábado e domingo: permite-se o consumo de vinho e azeite.

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OUTROS PERÍODOS DE JEJUM
Também são considerados dias de jejum:

- Véspera da Teofania (05/01);

- Festa da Exaltação da Santa Cruz (14/07);

- Comemoração da Decapitação de São João Batista (29/08).
Nesses dias permite-se o consumo de vinho e azeite.

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PERÍODOS DE DISPENSA

Nos seguintes períodos não praticamos jejum em nenhum dia (incluindo quartas e sextas):

- De 25 de dezembro até 04 de janeiro.

- Na semana do Domingo do Fariseu e do Publicano (segunda semana do Triódion)

- Na semana da Páscoa

- Na Semana da Santíssima Trindade (do Domingo de Pentecostes até o Sábado de Todos os Santos)

- Quando uma das festas de Nosso Senhor e da Mãe de Deus caírem durante um período de jejum, permite-se o consumo de peixe, vinho e azeite. Nas festas dos principais Santos, permite-se o consumo de vinho e azeite – e também de peixe, se o(a) Santo(a) for o padroeiro de sua paróquia.

Fonte: Ecclesia.com.br

domingo, 7 de julho de 2013

Ortodoxia – Que é?


Uma palavra especial... Palavra que possui grande força de atração. Do grego "orthos" que significa "reta e verdadeira adoração" e "doxa" que significa doutrina ou ensinamento.

SANTO ATANÁSIO

Enquanto se manifestou na Igreja cristã a necessidade de proteger a verdade dos erros que apareceram (e estes já apareceram nos tempos apostólicos), surgiu o conceito da "confissão correta da verdade", tal como a escutamos na oração litúrgica e que vem da Igreja antiga, sobre o episcopado, "que usa bem a palavra da verdade" (2Tm 2,15). Esta expressão se cristalizou em uma palavra durante os duros enfrentamentos do arianismo na Igreja. Santo Atanásio, o Grande, dedicou quase toda a sua vida à defesa da Ortodoxia frente ao arianismo. Santo Epifânio chama Santo Atanásio de "Pai da Ortodoxia". Santo Isidoro de Sevilha no livro "Os Princípios" diz: "o ortodoxo é aquele, que crê corretamente e, de acordo com esta crença, vive corretamente". Os grandes Padres Orientais da Igreja do século VI, sempre usam esta mesma denominação. São Gregório, o Teólogo, usa o termo "Ortodoxia Sofredora" (Sermão 6 de Gregório o Teólogo).

Santo Atanásio, Pai da Ortodoxia

 Depois do Sexto Concílio Ecumênico, quando surgiram discussões sobre a veneração das imagens (ícones) e, desse modo, sobre as formas externas da veneração a Deus, o conceito de "Ortodoxia" se ampliou a todo o ciclo de teologia cristã e ofícios religiosos. Antes da separação das Igrejas, a "Ortodoxia", ou a "Verdadeira Glorificação", se pensava como um caráter necessário de verdadeiro cristianismo, tanto no Oriente como no Ocidente, isto é, todos os que queriam seguir a Igreja de Cristo sem erros eram "ortodoxos". Quando deu a separação da Igreja Romana da unidade da Igreja, ambos conceitos clássicos, digamos melhor, eclesiásticos antigos: a) "Ortodoxo" e b) "Católico-universal", se conservaram no Oriente e no Ocidente, porém se conservaram de maneira que, um dominou aqui e o outro lá.

SÃO GREGÓRIO, O TEÓLOGO

Cada um fez seu estandarte da Igreja: no Oriente, "Ortodoxia" é a preocupação antes de tudo de guardar a pureza da fé; no Ocidente se usa o termo "Católico" como "universalidade" ou o "Catolicismo" como expressão da idéia de difusão mundial para todos. O nome da Igreja Cristã como "Católica" ficou mais identificada nos países ocidentais relacionando-a com a Igreja de Roma. Não obstante, nenhum ortodoxo duvida que é verdadeiramente católico, porque no Oriente, tal como está mencionado no Credo que rezamos em cada Divina Liturgia, se diz que nossa Igreja é "Católica". No Oriente, porém, esta denominação conserva seu lugar na série de outras características necessárias da Igreja: "Una, Santa, Católica e Apostólica", que recebeu no Segundo Concilio Ecumênico, ou seja, sem que uma destas notas tenha maior ou menor domínio sobre as demais. Somos, portanto, membros da Igreja Cristã, Católica Apostólica Ortodoxa.

São Gregório, o Teólogo

Falando sobre o "ortodoxo" e o "não ortodoxo" é preciso explicar uma coisa mais. No primeiro milênio, antes do fato lamentável da separação das igrejas, tanto o Oriente como o Ocidente, receberam grande quantidade de particularidades que dependiam das causas não relacionadas com a fé, senão das condições geográficas e outras, da diferença de culturas grega e romana. A distancia entre o Ocidente e o Oriente, separados pelo Mar Mediterrâneo, impediam a uniformidade das formas de culto e outras facetas da vida eclesiástica. A língua grega, que dominava o Oriente, e o latim, que se tornou o idioma culto do Ocidente, aumentavam esta separação.


«Igreja Grega Ortodoxa da Apresentação da Santa Mãe de Deus (Theotokos) nos EUA»


Assim apareceram, todavia, antes da separação de Roma nas duas partes da Igreja, uns traços especiais que não dependiam, na realidade, da conservação ou não da verdade. No segundo milênio, na medida em que estas marcas subsistiam se tornaram características de uma ou de outra confissão e, atualmente, com freqüência é necessário um esforço para definir se tal ou qual particularidade do espírito do catolicismo-romano ou ortodoxo é o resultado de causas etnográficas, lingüísticas ou outras.

Para nós, a ortodoxia está dada, tem seu conteúdo e forma constituídos. Porém, a religião é vida e a ortodoxia não constitui uma acumulação de respostas feitas a todas as perguntas. É, sobretudo, uma vivência tomada das experiências de outros que nos precederam na fé e que nos servem de fundamento para que nós mesmos realizemos nossas vidas segundo nossa convicção em Cristo e em sua Igreja.

Assim a Igreja tem demonstrado com atos a fé que está escrita em seu estandarte "Ortodoxia". "Busquem antes de tudo o Reino de Deus e sua Verdade e tudo mais será dado por acréscimo" (Mt 6,33)

Fonte: http://www.ecclesia.com.br/biblioteca/catequese/catecismo_da_igreja_ortodoxa1.html

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Santo Apóstolo Judas

Santo Apóstolo Judas
19 de junho -- Calendário Juliano

Judas, um dos Doze Apóstolos de Cristo, descendia dos Reis Davi e Salomão, e era filho do Justo São José, o Noivo, em seu primeiro casamento. No início da missão de Cristo, os filhos de São José, e dentre eles Judas, não acreditavam em Sua divina natureza. A Tradição conta que quando São José retornou do Egito, começou a dividir seus bens entre os filhos. Ele queria deixar uma boa parte para o Salvador, nascido miraculosamente da Toda Santa e Pura Virgem Maria. Mas os irmãos se opuseram por Jesus ser filho de outra mulher. Apenas Tiago, mais tarde chamado de ''Irmão do Senhor'', se ofereceu para dividir sua parte com Cristo.

Judas veio a crer que Jesus era o Messias esperado e foi escolhido como um dos Doze. Consciente de seu pecado, considerava-se indigno de ser chamado de ''irmão do Senhor'' e em suas epístolas se apresentava apenas como irmão de Tiago. Após a Ascensão do Senhor, São Judas viajou por várias regiões pregando a Boa Nova. Ele espalhou a fé em Cristo primeiro na Judéia, Galiléia, Samaria e Iduméia; e mais tarde nas terras árabes, na Síria e Mesopotâmia. Finalmente, chegou na cidade de Edessa. A Tradição conta que visitou também a Pérsia, onde escreveu uma Epístola católica em grego.

O Santo Apóstolo Judas morreu como mártir no ano 80, próximo ao Monte Ararat, na Armênia, local onde foi crucificado.



Tropário

Divinely we praise you, O Jude, as a faithful witness,
Knowing you to be the brother of Christ.
You trampled on delusion,
And so preserved the faith.
Today as we celebrate your holy memory,
By your intercessions we receive remission of sins.



Kondakion

You were chosen as a disciple for your firmness of mind:
An unshakable pillar of the Church of Christ,
You proclaimed His word to the Gentiles,
Telling them to believe in one Godhead.
You were glorified by Him, receiving the grace of healing,
Healing the ills of all who came to you,

O most praised Apostle Jude!

Fiquemos com a paz de Deus Pai, Filho e Espírito Santo +

Fonte: Igreja Autocéfala da Polônia, Eparquia Ortodoxa do Brasil

terça-feira, 2 de julho de 2013

Santos Mártires Manuel, Sabel e Ismael da Pérsia

Santos Mártires Manuel, Sabel e Ismael da Pérsia17 de junho -- Calendário Juliano



Manuel, Sabel e Ismael eram irmãos e descendiam de uma ilustre família pesa. O pai deles era pagão, mas a mãe era cristã e os batizou e criou na fé. Quando se tornaram adultos, adentraram a carreira militar. Tornaram-se mensageiros do Imperador Persa, Alamundar, e nessa função concluíram um tratado de paz com o Imperador Juliano, o Apóstata [361-363]. Juliano os recebeu com honras, mas quando os irmãos se recusaram a participar dos sacrifícios da religião estatal romana o Imperador romano se irou. O tratado foi anulado e os embaixadores foram encarcerados como criminosos comuns. No interrogatório foi-lhes dito que, caso não cedessem às exigências da fé do Imperador, o tratado de paz não poderia ser firmado. Os irmãos responderam que haviam sido enviados para tratar assuntos de Estado e não para argumentar sobre os deuses romanos.

Vendo que permaneciam firmes na fé, Juliano os entregou para serem torturados. Durante os tormentos, os irmãos oravam sem cessar a Deus e não pareciam sentir os ferimentos. Por fim, os santos mártires foram decapitados. Juliano ordenou que seus corpos fossem queimados, mas de repente ocorreu um terremoto. O chão se abriu e engoliu os corpos dos santos. 

Dias depois, após grande oração dos cristãos, os corpos reapareceram exalando uma doce fragrância. Muitos pagãos romanos se converteram diante deste milagre e foram assim batizados. Os santos foram enterrados em 362 e suas relíquias foram glorificadas com numerosos milagres.

Quando soube que seus emissários haviam sido mortos e que Juliano marchava contra ele, Alamundar reuniu um grande exército e se estabeleceu nas fronteiras de seus domínios. Os persas derrotaram os romanos em uma grande batalha na qual Juliano, o Apóstata, tombou morto pelo Grande Mártir São Mercúrio [comemorado em 24 de novembro]. 30 anos depois, o Imperador Teodósio, o Grande, construiu em Constantinopla uma Igreja em honra dos santos mártires, e São Germano, Patriarca de Constantinopla, então ainda um hieromonge, escreve um cânone em memória dos santos irmãos.