sexta-feira, 12 de abril de 2013

O Perdão e sua força libertadora

Uma vez um amigo e eu caminhávamos para um ponto de ônibus e ele me dizia que estava triste, afoito, angustiado, porque andava nutrindo um sentimento de ódio muito grande por um irmão seu e que sabia que aquilo lhe era destrutivo. Por isso, me perguntou o que fazer naquela situação...

Ora, eu disse a ele, assim como os médicos precisam antes saber sobre a morte antes de tratar da vida, também você - talvez - precise aprender sobre os malefícios do ódio antes de aprender sobre os benefícios do amor.

Qual não foi minha surpresa quando ele, com os olhos cheios de lágrimas, me abraçou e me disse: "muito obrigado, você tirou de mim um grande peso".

O valor do perdão é um dos pontos cardiais que vivem no cristianismo. São várias as passagens em que o Cristo e seus discípulos enfatizam que ele deve ser exercitado diuturnamente. São Mateus, por exemplo, no capítulo quinto se seu Evangelho, enfatiza o ensinamento do Cristo: "Se tu tiveres apresentando tua oferta ao altar e lá lembrardes de que teu irmão tem algo contra ti, deixa lá tua oferta e vá antes reconciliar-te com teu irmão; depois volta e apresenta tua oferta" (Mt 5, 23:24); ou ainda, à cruz, Cristo pede "Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem" (Lc 23,34).

A ciência corrobora esta premissa. Cientistas da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, por exemplo, descobriram que perdoar faz bem ao coração e combate a hipertensão. Outra pesquisa, pela Universidade de Standford, que ficou conhecida pelo mundo como "Projeto Perdão", conduzida pelo psicólogo Frederic Luskin, demonstra que o rancor cria um processo bioquímico que enfraquece a imunidade do organismo.

Mas, enfim, o que é o perdão?

Sob o ponto de vista científico ele pode ser caracterizado como o processo mental que nos liberta da raiva ou da mágoa que nutrimos por alguém, por algum evento ou coisa; sob o ponto de vista da fé, o perdão é o remédio da alma, que nos liberta dos grilhões da miséria espiritual e de um inimigo dentro de nós: nós mesmos.

O perdão pode até ser uma coisa pedida, e é digno quem assim o faz, mas é muito melhor quando recebida como um presente; também não se barganha com o perdão, com ele não se trocam afetividades nem arrependimentos; o perdão verdadeiro se sela com um abraço caloroso e demorado, como o que ocorre entre dois irmãos que, separados há muito, voltam a se ver. Mas entendamos bem... ele também precisa de tempo para germinar, crescer e florescer, não se dá por decreto ou exigência. Logo, pense no perdão como um ato de carinho a si e ao próximo.

Jesus, assim, nos ensina que o perdão, antes de ser uma fraqueza, é demonstração de força emocional e espiritual, ficando à nossa escolha qual caminho tomar: o da felicidade e da liberdade do que perdoa ou a cadeia pessoal daquele que busca se vingar e destruir ao outro, ofensor e... a si mesmo.

Que sejam todos abençoados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo +

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