Sua Beatitude, Arcebispo SAWAS Metropolita de Varsóvia e de toda Polônia |
Quando a Polônia foi
restaurada como país independente, no começo da I Guerra Mundial, cerca de quatro
milhões de cristãos ortodoxos ficaram incluídos dentro de seus novos limites. A
maioria deles estava sob a jurisdição do Patriarcado de Moscou e eram as etnias
bielorrussas e ucranianas.
Pouco depois de sua
independência, o governo polonês começou a promover a ideia de instituir uma
igreja autocéfala, independente de Moscou. Esta posição seria apoiada pelo
primeiro Metropolita de Varsóvia George Yoroshevsky, que havia sido
recentemente nomeado por Moscou e concedeu certo grau de autonomia aos
ortodoxos da Polônia, até que no ano de 1923, foi assassinado por um monge
ortodoxo russo que não concordava com seu ponto de vista.
O governo polonês fez
chegar, então, a questão ao Patriarcado de Constantinopla que depois de
demoradas considerações publicou um documento outorgando o status de
Autocefalía à Igreja Ortodoxa da Polônia, em 13 de novembro de 1924. Em 1927,
Constantinopla também outorgou ao Metropolita de Varsóvia, o título de
“Beatitude.”
O Patriarcado de Moscou
considerou esta ação como uma interferência em seus assuntos internos e se
recusou a reconhecer o status de Autocefalía dado à Igreja da Polônia.
Durante o período
compreendido entre as duas Guerra Mundiais, houve certas tensões internas na
Igreja da Polônia pois todos os seus bispos eram russos e 70% de seus fiéis
ucranianos. Os bispos russos rejeitaram as nomeações de novos bispos ucranianos
e do uso de sua língua nas liturgias, adotando ainda algumas medidas destinadas
a satisfazer muitas daquelas aspirações. Durante este período havia cinco
dioceses, dois seminários (em Vilnius e em Krzemieniec) com cerca de quinhentos
estudantes, uma Faculdade Ortodoxa de Teologia em Varsóvia com cerca de cento e
cinquenta estudantes, 1.624 paróquias e dezesseis Mosteiros.
Durante os anos 30
produziram-se desafortunados incidentes entre as Igrejas Católico-romana e
Ortodoxa da Polônia. O Metropolita Dionísios de Varsóvia, protestou formalmente
pelos incidentes anti-ortodoxos, sustentando que muitos de seus sacerdotes
foram forçados a rezar em polonês, que muitas de suas igrejas haviam sido
forçadas a fechar e que outras tantas haviam sido destruídas. Alem de tudo
isso, denunciou que se estava exercendo pressão sobre os fieis ortodoxos para
que se convertessem ao catolicismo. O próprio Metropolita católico-ucraníno,
mons. Sheptytsky, corroborou aquelas acusações e somou sua voz àquela dos
ortodoxos. Este fato ficou plasmado em uma carta pastoral dirigida a seus
fieis.
Quando o Leste da Polônia
foi anexado à União Soviética em 1939, a maioria dos ortodoxos poloneses foram
reintegrados ao Patriarcado de Moscou, de modo que a Igreja Ortodoxa da Polônia
se viu reduzida significativamente em tamanho.
Em 1948, quando os
comunistas tomaram o governo da Polônia, o metropolita de Varsóvia foi deposto
por causa de sua oposição ao novo regime. Neste mesmo ano o Patriarcado de
Moscou declarou que a declaração de Autocefalía outorgada pelo Patriarcado de
Constantinopla era nula e inválida. Como resposta, o Santo Sínodo da Igreja da
Polônia decretou sua própria Autocefalía. Não obstante, a título de Metropolita
de Varsóvia ficaria vacante até 1951 quando os bispos poloneses requereram ao
Patriarca de Moscou a nomeação de um novo Metropolita. Foi nomeado então para o
cargo o arcebispo MAKARY OKSANIUK de Lviv, Ucrânia, que havia presidido a
dissolução da Igreja Católico-ucraína em 1946 e 1947. Desde aquele tempo, a
Igreja Ortodoxa da Polônia, continua tendo uma estreita relação com o
Patriarcado de Moscou.
A Igreja da Polônia tem em
sua jurisdição três pequenos mosteiros ortodoxos, situados em Jableczma,
Suprasl (próximo de Bialystock) e em Monte Grabarka. O primeiro deles se
converteu em um centro de disputas entre católicos-romanos e ortodoxos na
Polônia. Fundado no final do século XV, o mosteiro já havia sido
católico-latino, ortodoxo e greco-católico. Em 1944, parte do complexo foi
entregue aos ortodoxos como mosteiro, e em setembro de 1993, o conselho Polonês
de Ministros decidiu pela total posse do edifício à Igreja Ortodoxa.
A transferência de
propriedade foi causa de protestos das igrejas latina e greco-católica.
Finalmente, em 1996, o governo polonês reafirmou sua decisão de doar a
totalidade do complexo à Igreja Ortodoxa da Polônia.
Nos anos mais recentes a
Igreja Ortodoxa da Polônia começou a assumir feições polonesas, assumindo a
cultura e o idioma local, passando a usar o vernáculo nas liturgias. A Igreja
da Polônia possui quatro publicações (jornais/periódicos) e está cada vez mais
engajada nos trabalhos sociais e filantrópicos.
Fonte: http://www.ecclesia.com.br/igreja_ortodoxa/polonia.html
Fiquemos na paz de Deus Pai, Filho e Espírito Santo +
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